Por exatos 180 dias, ou 6 meses, percorri 6.000 km de bicicleta sozinho por toda a extensão da Patagônia e da Terra do Fogo, tanto no Chile quanto na Argentina. Ao longo do caminho abandonei momentaneamente a bike e caminhei por trilhas acampando e explorando. Uma viagem sonhada e adiada por décadas. Um daqueles sonhos de criança, que acompanham nossa adolescência e juventude, para depois nos atormentar durante toda a fase adulta da vida. Até que finalmente ela aconteceu!
Engraçado como as prerrogativas, prioridades e responsabilidades interferem em nossos sonhos. Não é que os sonhos perdem importância, mas são soterrados por uma infinidade de outras imagens e sensações que terminam por ocupar quase todo o espaço físico e mental…
Ter escrito TRANSPATAGÔNIA, PUMAS NÃO COMEM CICLISTAS foi uma viagem dentro da viagem. Terminada a expedição de mountain bike, demorei dois anos para terminar o texto que narra a aventura. Quatro vezes mais tempo do que a viagem! Lembrar, entender, explicar e descrever demorou bem mais do que simplesmente fazer. E posso dizer que exigiu muito mais esforço também!